quinta-feira, 7 de abril de 2011

"A Criada da Cozinha"



"A criada da cozinha", Johannes Vermeer.
Óleo s/ tela, 1658.


A tela é fracamente iluminada por uma janela onde provém uma luz suave, irradiando o ambiente. A personagem que está nos afazeres domésticos, preparando o café da manhã talvez, com sensação visual de iluminação natural; os alimentos dispostos sobre a mesa e o fato de estar manipulando o leite. Seu rosto tem luz e sombra, sua postura compreende que observa o que faz. A obra repleta de luz que se propaga, ocupando o espaço, difundindo os diferentes tons da parede branca com buracos e prego, e no canto, onde estão três objetos, não recebe luz, porém a cesta e o lampião pendurados refletem a luz projetada na parede do fundo. A sombra do canto ainda nos oferece noção de tridimensionalidade, de profundidade de perspectiva, e a luz, de vibração mais ríspida, mais áspera. Os alimentos sobrepostos e a própria mesa recebem luz, dando percepção de volume e rotundidade nos objetos. A luminosidade e a sombra projetada na indumentária dá a impressão sensorial de volume no tecido. Há o contorno ilumindado na abertura da jarra de leite, e o pão captura luz forte, perceptível pela camada grossa de tinta. Os contrastes tonais dados pela luz e a sombra em escala gradual, variando a intensidade do claro para o escuro, provoca uma certa dinâmica, e o banho de luz sobre a mulher torna a composição equilibrada e coesa, proporcionando a uma simples cena de um dever doméstico em um trabalho com ar majestoso, e a obra, com vestígios de serenidade e estabilidade.



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